Triora, na Itália, é uma pacata cidade antiga na região da Liguria, perto da fronteira francesa. Muita da arquitetura em Triora remonta ao século 12, mas o seu período de maior fama foi durante o século 16 quando uma série de julgamentos de bruxas foram conduzidos pela Inquisição. A cidade possui um excelente museu de feitiçaria, e até hoje tem uma poderosa associação com as bruxas.
Um ano de mau tempo e falta de cultura em 1587 levou à acusação de que as bruxas estavam conspirando contra Triora. Um grupo de mulheres de Triora foram acusadas de sacrificar os bebês para o diabo. Elas foram julgadas, torturadas e queimadas vivas entre 1587-89. "La Cabotina", o local de seus ritos blasfemos ainda existe.
Os moradores de Triora parecem ter um orgulho sobre a história negra da cidade. Além de um museu, há lojas de bruxas, sinais, esculturas, casas de bruxas e várias relíquias que pontilham toda a cidade. Triora também detém uma série de folclore e eventos com temática de horror e festivais. Tem três festas anuais: um festival de verão de bruxaria, em agosto, e duas celebrações de outono: o festival do cogumelo, em setembro, e Halloween, no final de outubro.
De origem muito antiga, a cidade vive entre tradições e muitas lendas envolvendo magias e bruxarias, por isso a cidade é citada como "Paese della Stregoneria" ou Cidade da Bruxaria. Situada próxima à fronteira Itália/França, as tortuosas estradas que lhe dão acesso são perfumadas pelo cheiro das vinhas, hortas e árvores frutíferas.
Cidade das Bruxas: As ruínas das fortalezas, das antigas muralhas e das sete portas da cidade que eram chamadas de Castrum Vetus são plenas de mistérios. No cume acima da cidade, um pequeno forte chamado Locum Iustitiae hoje é usado como cemitério. Esse foi um local de defesa no século 12 e também onde eram executadas as pessoas condenadas à pena de morte.
Triora evoca os ecos de uma época em que foram cometidos muitos crimes e atrocidades em nome de Deus, tendo sido realizado em Triora um dos últimos julgamentos da inquisição durante o período do renascimento. A fama da cidade foi criada pela memória do sofrimento a que foram submetidos muitos de seus habitantes, durante à caça às bruxas e aos considerados hereges.
Em 1587, quando as colheitas diminuiram e a fome tornou-se devastadora, muitos consideravam que fosse obra dos poderes do mal. Inúmeras denúncias chegaram ao prefeito da cidade que entregou a questão aos vigários inquisitores. Muitas mulheres e meninas da Ca'Botina foram acusadas injustamente de canibalismo, sacrifício de bebês para o diabo, atos de feitiçaria e satanismo. Embora sem provas, algumas morreram durante a tortura, outras de fome, maus tratos e uma parte delas foram julgadas e queimadas vivas.
Considerado o local onde as bruxas dançavam em seus rituais santânicos, muitas lendas são mantidas sobre as ruínas da sinistra Ca'Botina abandonada, uma área pobre onde viviam muitas mulheres em precárias condições. Essa diferença social e a ignorância dos que viviam amedrontados por centenas de anos, somados ao fanatismo religioso, deu vazão à tortura e condenação à fogueira das infelizes criaturas.
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