"O princípio básico da magia é a associação. O universo é um padrão fluido de energia em constante transformação e não uma coleção de coisas fixas e separadas. Aquilo que afeta uma coisa, de alguma maneira afeta todas as coisas: tudo está entrelaçado no tecido do contínuo do ser. Sua urdidura e trama são energia, que é a essência da magia.Energia é êxtase. Quando deixamos cair as barreiras e permitimos que o poder nos perpasse, ele inunda o corpo, pulsando através de cada nervo, despertando cada artéria, seguindo como um rio que purifica à medida que corre. No coração da tempestade, cavalgamos ventos tonitruantes através da mente e do corpo, soluçando uma nota líquida enquanto a voz verte mel resplandecente em ondas de luz dourada, e solicitamos que, ao passarem, tragam a paz. Nenhuma droga pode arrebatar-nos de tal maneira, nenhuma emoção penetrar-nos tão profundamente, pois entramos em contato com a essência de todo o prazer, o cerne da alegria, o fim do desejo. Energia é amor e amor é magia.De todos os preceitos da magia, a arte de energia em movimento é a mais simples e natural. Ela vem tão facilmente quanto a respiração, como produzir um som. Imagine o poder em movimento e ele se move. Sinta-o fluindo e ele flui, purificando, curando, renovando e revitalizando enquanto passa.
As bruxas concebem as energias sutis como sendo, para uma percepção treinada, tangíveis, visíveis e maleáveis. Elas são, segundo Dion Fortune, “mais tangíveis que a emoção, menos tangíveis que protoplasma”. Podemos aprender a senti-las e a moldá-las numa forma.
As leis da ecologia são as leis da energia. Tudo é interligado; toda ação, cada movimento de forças, transforma o universo. “Não se deve mudar uma coisa sequer, um seixo, um grão de areia, até que se saiba o mal e o bem que advirão desse ato. O mundo está em harmonia e em equilíbrio. O poder do mago de transformar e concentrar pode alterar o equilíbrio do universo. É perigoso esse poder. É por demais arriscado. Ele deve seguir a sabedoria e servir às necessidades. Acender uma vela é projetar uma sombra.”
O equilíbrio do universo, todavia, não é estático, mas dinâmico. A energia está em constante movimento. Ela não pode ser interrompida. Novamente, utilizando a água como nossa metáfora, quando bloqueamos o seu fluxo ela estagna e torna-se fétida. Quando flui livremente, limpa é pura. Os rituais, feitiços e meditações da arte concentram-se em auxiliar a energia a fluir.
A energia flui em espirais. Seu movimento é sempre circular, cíclico, ondulado. O movimento espiralado é revelado na forma das galáxias, conchas, remoinhos, ADN. Som, luz e radiação viajam em ondas, que são, elas mesmas, espirais quando vistos em uma superfície plana. A lua cresce e míngua, assim como as marés, a economia e a nossa própria vitalidade. As implicações do modelo espiral são muitas. Essencialmente, significa que nenhuma forma de energia pode ser posta em ação em uma só direção indefinidamente." - Retirado do livro
A Dança das Feiteiras Cósmicas, de Scott Cunningham.
Tudo é energia. Ela é nossa essência.
Tudo é energia. Nós e tudo o que está à nossa volta. Estamos imersos num mar de energia. E somos todos aptos a manipulá-la. Temos em nós tudo o que é necessário para isso, suficientemente desenvolvido e ativo.
O que hoje a Física Quântica nos revela já era conhecido por nossos ancestrais há milhares de anos atrás, ainda que empiricamente. Hoje, o “véu de maya” está sendo aos poucos retirado e cada vez mais temos acesso a conhecimentos sistematizados, muitos dos quais estão sendo comprovados e incorporados pelas várias academias de ciência.
A energia é decididamente capaz de influenciar nossas vidas. Essa influência pode ocorrer de modo direto ou indireto. Em algumas circunstâncias, a energia trabalha despertando, ou simplesmente ativando, o potencial energético ligeiramente adormecido em seu objeto de destino.
Vale aqui chamar a atenção para alguns pontos importantes.
Quando uma pessoa se depara com a possibilidade de manipular a energia, seja para qual propósito for, duas situações indesejáveis podem ocorrer. A primeira é a do envaidecimento, o que torna necessária alguma operação de sujeição do ego antes que se possa ser capaz de obter resultados positivos com isso. Já a outra situação é justamente a oposta da primeira, ou seja, quando há a falsa modéstia. Nesse caso, pode haver a negligência aos dons que realmente se tem.
Por isso, é recomendável livrar-se das imagens exageradas sobre aquele que manipula a energia, ainda que tenham de fazer algo para estimular a expressão desses atributos, não sendo inadequado chamá-los de dons espirituais.
A primeira coisa a saber é que, ao dirigirmos nossas intenções e atenções para as esferas energéticas, estaremos invocando poderes superiores e suas respectivas conseqüências. Além disso, o trabalho energético abre-nos a consciência para dentro de nós mesmos. Um conteúdo, muitas vezes perturbador, enterrado nas profundezas do subconsciente, pode finalmente vir à superfície. Isso é capaz de causar um conflito interno intenso, como se “anjos” e “demônios” estivessem se engalfinhando dentro de nós.
Embora esse conflito seja desafiador, ele também marca o início de uma profunda transformação espiritual, pois faz com que olhemos para nossa própria essência através do autoconhecimento, possibilitando a resolução de questões há muito esquecidas. Porém, para que tudo corra bem e seja uma experiência satisfatória, é extremamente necessário que haja uma preparação física, emocional e também conceitual, obtida através do estudo sério, continuado e aprofundado.
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